1 de janeiro de 2010

O besouro manco

Joguei – o mais uma vez para a cozinha; essa chinelada já era a décima, sei lá..., ele voltava, naquele arrastado de besouro manco, nem sempre pelo caminho mais curto, mas voltava.
Era marrom na cabeça e preto no corpo, desbotado, feio, arrastando a carapaça baça em voltas estúpidas mas fatais, meu quarto.
Mais um arremesso.
Espreito o vão entre porta fechada e chão, nada, aguardo.
Ele de novo, vão a dentro em voltas estúpidas certeiramente no alvo.
Mancava. Ou é assim que andam os besouros? Dava voltas com a mesma paciência dos ponteiros, avançando estupidamente em direção ao meu quarto, eu à madrugada.
Pela manhã sonâmbulo deparei com ele no banheiro de barriga para cima como num banho de banheira. Morto? Estava imóvel. Dei – lhe uns petelecos, e só quando o coloquei sobre suas pernas que se mexeu mancando em voltas estúpidas pelo box.
Deixei – o, estava atrasado. A fabrica apitava lembrando-me de minhas voltas.

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