13 de julho de 2010

Barulho

Muito barulho por nada
soa a buzina
a mulher gritando na fachada
faz quizomba a namorada
o estudante protestando de all-star vermelho
é um ser a meio
entre o lar-sustento
e a resignação de um futuro emprego
soa o apito da fábrica
o feirante apregoando:
"mulher bonita que compra, leva obrigado de graça"
assim em meio à praça
brada o crente
a criança faz pirraça
o cachorro encerrado ladra
o ladrão, por profissão, cala
o barulho nao lhe paga
a polícia sirena e bate
a ambulância pede passagem
o poeta quieto, arde
o que não tem, invade
querer e ter
os verbos do poder
e quem pode pode
quem não pode
que exploda
que barulho!!!
inventaram a criança bomba.