9 de setembro de 2011

psicofilosofia

se o futuro é uma possibilidade
e meu passado vive de minha memória,

nao calculo um
e esqueço o outro (numa hipotética poética)

restando então um presente
de milésimos de segundo...

ou talvez
pra ser menos exato,

me resta o dia desperto
a produzir e ser produzido

pelo sono
e seus sonhos.

é meus amigos,
sempre haverá


um 'quê' de mistério...

31 de julho de 2011

signos

mi alma ansia arte
y por ser toro
me dicen:
'tienes los pies en la tierra'
sonrio
si!

que ganas de volar...
en mis vuelos
cortos o largos
puedo sentir el fino hilo
que conecta la vida...

...y quién nunca
sueño ser pajaro?

25 de julho de 2011

errando vou...

vou poeta
até a curva do sem-fim
de lá
sonho dourados trigais que nunca vi

e nem se precisa escrever assim
tão de trás pra frente
pra sentir
na trama da vida

um recanto de paz

12 de julho de 2011

teoria e prática

a matéria do poeta?
diriam:
a palavra

só que o poeta 
não trocaria nunca
uma tarde banza ensolarada

pela palavra sol
escrita
em toda língua conhecida

1 de julho de 2011

a tarde parou

parece que a tarde parou
lá do fundo de uma nostalgia
você está nesse céu
                               embassado
                               luminoso e 
                               parado
numa tarde infinita
onde posso re-ver
todo nosso bailado

as tardes são do ócio
as tardes são da sesta
sábias maneiras desencadeiam as tardes
são em tardes como esta
                               parada
                               passada
                               lumigrisalha
que se vem os amores
purificados pela distância do tempo
                               sentidos
como um membro que se perdeu.

o mais belo
é saber que nada para
que criamos e re-criamos
o passado e o futuro

a todo instante


a todo instante



a todo instante

20 de junho de 2011

cozinha amor

o que é o amor?
me perguntas
ó leitor
sei lá são tantos
há os de infância
o conquistado
amor de mãe
amigo ao lado
e até o falso amor
fuja desses
meu leitor

mas há um tipo
que é de olhar e pressentí-lo
à primeira vista
apelidam
é desses
que se come à colheradas
ainda quente
elogia-se o cozinheiro
enquanto raspa
inconsequente
até o fundo da panela.

10 de maio de 2011

VI ní CIOS

Vinícius nunca largou do vício
diriam
do vício de amar
ele diria
sempre À parcerar
um amigo
um uísque!
nove mulheres
diriam
nove nascimentos e
mortes
ele diria
era assim
viciado em vida
que a morte
foi lhe encontrar em sua banheira
refastelado e cândido
como uma velha mãe de santo
cercada por seus orixás!

saravá

24 de abril de 2011

à minha terra

aceno outro adeus
feliz dia aquele de praia
e ainda outros

imensa a nostalgia
de tudo o que
não foi

por isso mesmo é tão lindo
como uma canção
que nasce

aquele foi um dia de praia
e ainda bem choveu na gente!
hoje fez sol

ah, a navalha da certeza
corta sempre incertamente
e deixa assim a gente

num contentamento
descontente

que aquela música
nos põe pasmado

e uma cachoeira
liberta

15 de abril de 2011

filosofia sob a pós - modernidade

a vida imita a arte 
ou a arte imita a vida
ou essa divisão 
é cartesiana ilusão
vida como arte
arte como vida

11 de abril de 2011

una rara nao

despierto
 oscila el piso
la manana aún dormita
y la brisa me sussurra
en una lengua desconocida...
en una nao
 estoy

nubes nos abrazan
 el piso oscila
en un rato
encuentrará nosotros la manana
y va mostrar que
capitanes y marineros
no estan a bordo
 nadie está

voy solo
en ese raro barco
 pero hay mas alguién...
pienso que sueno
y una gaviota vuela hasta mi
 a graznar
no es sueno... no es sueno

a la deriva vamos yo y la nave
 hay mas alguién?
tampoco tenemos
velas o motor
marineros o capitanes
todo alrededor se esvanece
vamos yo y raro buque
volando rara mar
 hecha toda de palabras

10 de abril de 2011

conversa ao pé da noite

a noite serena confiança
um olhar
orvalha uma saudade
a distância

quanto valem essas estrelas
um olhar que não semeia
voa baixo alma presa
quer mudança

a noite vaga...
meu olhar saúda o seu
me pergunta uma estrela:
esquecem os homens a criança?

criar
criança
tal a essência
da esperança

6 de abril de 2011

luta de classes

só me levanto daqui
se for pra consumir e
se preciso
varre minha igreja meus pecados
pra debaixo do manto do santo
sou moderno
minha etiqueta já diz
cocaína é antiséptico
sirva-me um 12 anos
importado, claro
mesmo que seja paraguaio
se meu carro me redime
e meu regime vem em inglês
vocês ainda estão usando esse termo
burguês

vá-de-retro ó vermelhos
filhos bastardos do barbudo
todo seu palavriado
é um ato de consumo
e a luta de classes?
é um cartão Visa, pagar em 38
e um sofá novo
ascender socialmente: elevador
ou meus hábitos?
te vendo minha cultura e
também contracultura
afinal......................no final
estou no ramo dos desejos

27 de março de 2011

poeminha pra Quintana

os meus poemas
não os trago de cabeça
eles vem assim
quando querem
quando anseiam
pelo chão de onde vieram

a terra natal dos poemas
cidade-menino
canta a cada retorno
faz festa
assim como a terra
quando chega a chuva

dessa comunhão
ganha muito o mundo
e bovinamente para o mesmo lado
tantos nem disconfiam
tais e tantas delícias

perderão, por exemplo
um poeminha nascendo
e o mundo como que entendendo
chora lá fora
chovendo de alegria

19 de março de 2011

tarta de felicidad con raspaduras de tristeza

necesitarás de fortaleza como molde
untea con paciencia fresca
y para la substancia
tome el otro
como un universo
y no juzgue todo
pues asi podes generar el
aparte
los preconceptos tambien son buenos fuera
pues ademas del aparte
tienen agrio gusto
y como contraparte
para equilibrar la masa
junte raspaduras de tristezas
ya bien encaradas y
sentidas
y no olvides jamás
de hacer lo que apetecer
pues el tiempo es un
ingrediente precioso
y no volvió ninguno
para hacer todo de nuevo

11 de março de 2011

alma

Um clima de bar esfumaçado
Um rock dos 70
Um destilado
Um escrito do esgoto
Contrapor a aparência
Que por baixo tudo é roto
Se preciso usar de paciência
Provar que certo é errado
Pisar direto no pescoço
Destronar a opulência
Olhe o mundo escravizado
De meu canto embriagado
Ironizar seu novo posto
Saber que em tudo há essência
Pro perfume o agradável
Pro amigo tê-lo ao lado
Pro monge a calma
Pro ser a alma
Quebrar sua vidraça
Esse seu vidro filmado
Encarar as suas traças
Sua sala enlameada
Ver de onde é comandado

10 de março de 2011

apologia do passado

O passado é parte do meu presente, habita aquele lugar onde também estão o sonho e a memória… lugar em que foi depositada a experiência de milhões de seres que me antecederam. 

Assim como um mago, ele me aparece em símbolos: a suástica não é uma invenção nazista, tampouco a estrela de seis pontas é privilégio judio,
me aparece nos ritos e ditos: escaldados sobreviventes de longas tradições, a orientar e alertar,
me vem numa saudade, expressão tão brasileira,

e pode ao mesmo tempo ser desalentador e cruel, ao contar as misérias, as grandezas e proezas do humano, ao lado de sua eterna dívida: 

demoramos para aprender com os erros.

4 de março de 2011

simples

linda poeta menina
poesia mulher
menina é a poesia
que faz assim
da gente
um dia simples
e do dia
um ente feliz


à poetinha
http://antitrouxas.blogspot.com

a primeira dúvida

O Cruzerio do Sul tá lá desde muito antes de ser chamado assim, SUL, esta parte de baixo do planeta. Ou de cima? Aliás, quando vamos para o norte subimos? E quando vamos para o sul descemos? A Europa fica ao centro e acima? Ah, os velhos mapas e as velhas intenções.

Bom, o Cruzeiro tá lá, justificando crenças, guiando mares, desenhando a noite, esse teto em que mergulham nossas mentes, infindável, indizíveis quânticos, ávidos seres filhos da dúvida.

A primeira dúvida desenharam. Chovia há meses, em verdade os meses ainda não haviam nascido, contavam luas e sóis.

Como não aparecia há muito, julgaram o Deus-sol em ira a mandar cobras de fogo e luz riscarem o céu, seguidos de orripilantes urros que vinham do ventre da terra fecundada de tanta água:

nas paredes de pedra os primerios homens daqui cifraram em barro a primeira dúvida.

Quando encontrada pela civilização pensaram os 'descobridores' terem chegado às Indias pelas costas, e em nome de outro Deus destelharam selvas, desviaram vias, desmembraram almas e corpos, desnominaram o já nominado:

desmentiram a história.

3 de março de 2011

pequenas revoluções

Ernesto é revolucionário e sua ideologia é marginal, expressa numa prática resoluta e por vezes cruel. Na cadência do rap desce a Grande Avenida num modelo 2011, voa o sinal que lhe vermelha, e lá depois do rio vai praticar seu ideário. Queima um beque enquanto o companheiro risca um espelho, abaixam o som, conferem os instrumentos, dão a ordem:

- É um assalto!!!

O comparsa assume o outro veículo, não matarão, dia sagrado, aniverssário da mãe de Ernesto.

Em nome da luta de classes, um perdeu um bem e ficou com o ônus e com a vida, talvez repense o lugar e como vive; os outros dois vão esbanjar talvez numa orgia, o saqueio do dia.

2 de março de 2011

de onde vem as canções de um povo-novo

Amamos as metáforas, arredondamos sílabas e comemos às vezes vogais às vezes consoantes, temos fome, nossa língua dança – enquanto ao lado da mesa – uma negra samba, ou soul, que de tanta lambada no couro por lá cantou blues os céus Mississipis.

Pendurou, por estas bandas Guaranis, os sapatos ao pescoço e botou Brasil afora aos lados por baixo por dentro a língua lusitana pra se encontrar à dança maldita, Kaya, tambor nagô, cocar o côco, jongar o jongo, lusi-sambar.

E barracões e sertões celebram a grandeza de estarem no aumentativo e no plural, que até o tempo se segura, só pra ser um pouco épico.

22 de fevereiro de 2011

quanto vale o poeta

ô freguesa, hoje tem poeta
é baratinho
vale um sonho
desses de cachorro e filhinhos
ele só tem uns probleminhas
foi criado solto
e lhe molesta usar a guia
e debocha das moedas
mas lhe cai bem a caipirinha
no meio de tanta contradição
ainda lhe sobra um coração
que a senhora sabe
dá poemas
mas não dá dinheiro não

a alma à casa torna

minha alma voltou do sul
sentou-se, tomou água
e ainda fatigada
e com um leve riso que cobria sua cara
contou-me da jornada
esteve lá pelas bandas do Prata

mudou-se, encantada
encontrou uma morada
e com um leve bater de asas
foi-se

volta bem aparentada
com um só arrependimento
(e enquanto conta seu leve riso não desfaz):
- eu deveria ter bailado mais...

porque nombran los huracáns como las personas

el huracán

vino del sur
me llevantó
con una energia
que flujo
de mi norte
a mi sur

soy arból

hay lo bueno
en todo eso:

estoy nel'aire

sentir

a lua que me banha
nas dunas dos Ingleses
me deixa ver a praia do Santinho
e o costão de cá
de onde parti pro meu batismo
era dia de Iemanjá

sei, isso soa ocultismo
mas esoterismo
é só mais uma tradução
do que se diz intuição
a matemática
ciência da abstração
me leva a calcular:

afinal
quantos são nossos sentidos?

17 de fevereiro de 2011

poeminho

terminei meu caderninho
me sinto tão pequenininho
que sorrio
meu sorriso menininho
todos meus diminutivos
tão assim brasileirinhos
num abraço de carinho
que é bom de leve
miudinho

aguaceiro

o dia que te deixei
caiu um aguaceiro
derramei três poemas
que se misturaram à água

ouvi Vigu
e agradeci por ser
de Piraju

ei rua Cabreuva
apesar do desmereço
não te esqueço

minha mãe
meu pai
que saudade...

que bom que no dia
que te deixei
caiu um aguaceiro

la vuelta

palabras
verdades
actos
flejas qué salen del arco
silencios
el pavil prendido
la pelota arremesada
mentiras
el arquivo basurado
pasos dados
dados lanzados

la adivina
quier su pago

deusas

nem todo palhaço é triste
nem o barbudo hipie
nem todo amor é leve
toda saudade pesa
me leva
a um começo mítico
onde o sonho é possível
e um abraço abrigo
e o sorriso é tudo
eu descobri seu signo
posso brincar mercúrio
entrando em saturno

a deusa da guerra
é espada
e mãe

nem todo espelho é surdo
nem seguro o mundo
nem todo amor sucumbe
ao peso do seu cume
toda saudade é cega
me enxerga
num sonho impossível
onde te fiz de abrigo
e o teu sorriso é tudo
eu descobri meu signo
posso brincar-te vênus
e mil estrelas tais

a deusa da paz
é mãe
e nada mais

medecina

colgaste un silencio tan pesado
qué por el sendero
voy despacio
y ya no puedo hablar
sino versado

por la suerte
desde nino
cultivo la libertad
y voy tomando
de apoquito
unas hojitas con agua

16 de fevereiro de 2011

colo

chove
na ilha
love
motor do mundo
pode
a coragem tudo
desde que não bata contra o muro
desde que não brome com sua sorte

por isso
deite prum cochilo
filho de Zion
a mítica coletiva nos precede
e o instinto quem sabe Zeus...

desenharam lá na pedra
seres estranhos
e isso
há cinco mil anos

ainda a pouco vi passar aqui
um mendigo que fedia a jasmim
me deu um prato de desejos, dez centavos
e um cheque em branco
pro futuro redimir

chove aqui na ilha
que belos braços pra dormir

astros

estrelas cadentes
são amores que se vão
por isso
é inútil fazer pedidos

agradeço ao vê-las
pois cada amor que brilha é um sol
e pelas leis das físicas
todo planeta quer seu sol

se a música
é a lanterna da alma
as danças celestes
são nossas musas

te mostrei um dia Órion
e te apertei ao apontar Escorpion
tinha que ser no país celeste

o nosso raiar

dias em que a lua bailou com a terra

música
musa
lisermaresia
tempestade oceana
como chaves pra estados tais:

''o universo é uma grande gargalhada''

me disse um dia a lua
e em sinistro sonho
te metias em meu colo

eu lua
você terra

bailamos juntos as marés de um ano inteiro
e eclipsamos totalmente duas vezes
dois corações um
em compasso com

Gil
e
Marley
porro
e
povo

são esses
minha gata
dias de ouro

10 de fevereiro de 2011

estrella

confiar es la sangre de los encuentros
aunque hayan tipos de sangre

cuantos secretos
nos guarda la vida?
cuantos nosotros?

la magia veni del desconocido

el miedo
eterna pareja
del coraje

tuve
tené siempre
y como siempre
hasta el dia que el corazón
no comande mas la pierna
daré un paso

como ahora
qué con el próximo
ya no veré
tu estrella.

2 de fevereiro de 2011

Pequeno poema de após ela

Sim, a vida continuou depois que chorei
Quintana já havia me dito.

Talvez componha um choro...
É que sou de samba,
Filho lá do bairro Alto
de dona Vera, seu Joel
e outras tantas...

Talvez componha para Jessica:
solo sé que no te olvidaré!
Mmm, mas isso cheira é tango!!

Ah meus amigos!!!
É preciso dançar nessa vida.

22 de janeiro de 2011

SubliminarEdades

Hay que tener una mujer muchas edades
irse de una a otra
con la lleveza de una certeza

subliminaredades

cierto como tu ultimo ato
tu silencio lapidar.

voy subir a un monte
para en su cumbre evaporar

y si el viento es amigo
o simpatizar conmigo
me llevara a menudo
despacito

en la direccion de la mar...

subliminar