22 de fevereiro de 2011

quanto vale o poeta

ô freguesa, hoje tem poeta
é baratinho
vale um sonho
desses de cachorro e filhinhos
ele só tem uns probleminhas
foi criado solto
e lhe molesta usar a guia
e debocha das moedas
mas lhe cai bem a caipirinha
no meio de tanta contradição
ainda lhe sobra um coração
que a senhora sabe
dá poemas
mas não dá dinheiro não

a alma à casa torna

minha alma voltou do sul
sentou-se, tomou água
e ainda fatigada
e com um leve riso que cobria sua cara
contou-me da jornada
esteve lá pelas bandas do Prata

mudou-se, encantada
encontrou uma morada
e com um leve bater de asas
foi-se

volta bem aparentada
com um só arrependimento
(e enquanto conta seu leve riso não desfaz):
- eu deveria ter bailado mais...

porque nombran los huracáns como las personas

el huracán

vino del sur
me llevantó
con una energia
que flujo
de mi norte
a mi sur

soy arból

hay lo bueno
en todo eso:

estoy nel'aire

sentir

a lua que me banha
nas dunas dos Ingleses
me deixa ver a praia do Santinho
e o costão de cá
de onde parti pro meu batismo
era dia de Iemanjá

sei, isso soa ocultismo
mas esoterismo
é só mais uma tradução
do que se diz intuição
a matemática
ciência da abstração
me leva a calcular:

afinal
quantos são nossos sentidos?

17 de fevereiro de 2011

poeminho

terminei meu caderninho
me sinto tão pequenininho
que sorrio
meu sorriso menininho
todos meus diminutivos
tão assim brasileirinhos
num abraço de carinho
que é bom de leve
miudinho

aguaceiro

o dia que te deixei
caiu um aguaceiro
derramei três poemas
que se misturaram à água

ouvi Vigu
e agradeci por ser
de Piraju

ei rua Cabreuva
apesar do desmereço
não te esqueço

minha mãe
meu pai
que saudade...

que bom que no dia
que te deixei
caiu um aguaceiro

la vuelta

palabras
verdades
actos
flejas qué salen del arco
silencios
el pavil prendido
la pelota arremesada
mentiras
el arquivo basurado
pasos dados
dados lanzados

la adivina
quier su pago

deusas

nem todo palhaço é triste
nem o barbudo hipie
nem todo amor é leve
toda saudade pesa
me leva
a um começo mítico
onde o sonho é possível
e um abraço abrigo
e o sorriso é tudo
eu descobri seu signo
posso brincar mercúrio
entrando em saturno

a deusa da guerra
é espada
e mãe

nem todo espelho é surdo
nem seguro o mundo
nem todo amor sucumbe
ao peso do seu cume
toda saudade é cega
me enxerga
num sonho impossível
onde te fiz de abrigo
e o teu sorriso é tudo
eu descobri meu signo
posso brincar-te vênus
e mil estrelas tais

a deusa da paz
é mãe
e nada mais

medecina

colgaste un silencio tan pesado
qué por el sendero
voy despacio
y ya no puedo hablar
sino versado

por la suerte
desde nino
cultivo la libertad
y voy tomando
de apoquito
unas hojitas con agua

16 de fevereiro de 2011

colo

chove
na ilha
love
motor do mundo
pode
a coragem tudo
desde que não bata contra o muro
desde que não brome com sua sorte

por isso
deite prum cochilo
filho de Zion
a mítica coletiva nos precede
e o instinto quem sabe Zeus...

desenharam lá na pedra
seres estranhos
e isso
há cinco mil anos

ainda a pouco vi passar aqui
um mendigo que fedia a jasmim
me deu um prato de desejos, dez centavos
e um cheque em branco
pro futuro redimir

chove aqui na ilha
que belos braços pra dormir

astros

estrelas cadentes
são amores que se vão
por isso
é inútil fazer pedidos

agradeço ao vê-las
pois cada amor que brilha é um sol
e pelas leis das físicas
todo planeta quer seu sol

se a música
é a lanterna da alma
as danças celestes
são nossas musas

te mostrei um dia Órion
e te apertei ao apontar Escorpion
tinha que ser no país celeste

o nosso raiar

dias em que a lua bailou com a terra

música
musa
lisermaresia
tempestade oceana
como chaves pra estados tais:

''o universo é uma grande gargalhada''

me disse um dia a lua
e em sinistro sonho
te metias em meu colo

eu lua
você terra

bailamos juntos as marés de um ano inteiro
e eclipsamos totalmente duas vezes
dois corações um
em compasso com

Gil
e
Marley
porro
e
povo

são esses
minha gata
dias de ouro

10 de fevereiro de 2011

estrella

confiar es la sangre de los encuentros
aunque hayan tipos de sangre

cuantos secretos
nos guarda la vida?
cuantos nosotros?

la magia veni del desconocido

el miedo
eterna pareja
del coraje

tuve
tené siempre
y como siempre
hasta el dia que el corazón
no comande mas la pierna
daré un paso

como ahora
qué con el próximo
ya no veré
tu estrella.

2 de fevereiro de 2011

Pequeno poema de após ela

Sim, a vida continuou depois que chorei
Quintana já havia me dito.

Talvez componha um choro...
É que sou de samba,
Filho lá do bairro Alto
de dona Vera, seu Joel
e outras tantas...

Talvez componha para Jessica:
solo sé que no te olvidaré!
Mmm, mas isso cheira é tango!!

Ah meus amigos!!!
É preciso dançar nessa vida.