4 de março de 2011

a primeira dúvida

O Cruzerio do Sul tá lá desde muito antes de ser chamado assim, SUL, esta parte de baixo do planeta. Ou de cima? Aliás, quando vamos para o norte subimos? E quando vamos para o sul descemos? A Europa fica ao centro e acima? Ah, os velhos mapas e as velhas intenções.

Bom, o Cruzeiro tá lá, justificando crenças, guiando mares, desenhando a noite, esse teto em que mergulham nossas mentes, infindável, indizíveis quânticos, ávidos seres filhos da dúvida.

A primeira dúvida desenharam. Chovia há meses, em verdade os meses ainda não haviam nascido, contavam luas e sóis.

Como não aparecia há muito, julgaram o Deus-sol em ira a mandar cobras de fogo e luz riscarem o céu, seguidos de orripilantes urros que vinham do ventre da terra fecundada de tanta água:

nas paredes de pedra os primerios homens daqui cifraram em barro a primeira dúvida.

Quando encontrada pela civilização pensaram os 'descobridores' terem chegado às Indias pelas costas, e em nome de outro Deus destelharam selvas, desviaram vias, desmembraram almas e corpos, desnominaram o já nominado:

desmentiram a história.

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